domingo, 23 de outubro de 2011

Review de Kami-sama no Memochou


O fato de uma Lolita ser uma protagonista, o suspense e a tensão desse anime me lembraram de Jigoku Shoujo e Dance In The Vampire Bund (ambos ótimos, recomendadíssimos!). Agora, outro fato que já me chamou atenção desde o começo foi o fato da história envolver hikikomoris, o que me lembrou de Lain e também NEETs, que me lembrou um pouco de Genshiken (mais pelo fato de ser um anime com estudos sociológicos). Fiquei hipnotizado pela trilha sonóra do anime, continua na minha cabeça (que nem aconteceu quando eu acabei de ver Dance In The Vampire Bund). É um anime que prende a atenção do início ao fim, uma coisa eletrizante, intrigante e eu adorei o episódio inicial de quase uma hora! Se não fosse por ele, o anime todo não daria conta de contar a história, o tempo sería muito curto e o enredo ficaría deixando bastante a desejar, que nem me aconteceu com o Dance In The Vampire Bund. A violência, a pancadaria e a crueza de alguns aspectos me lembraram Jigoku Shoujo de novo. A relação dos personagens com a tecnologia, eu me atrevo dizer que é uma continuação da crítica feita pelo Yoshitoshi Abe no Lain, “uma declaração de Guerra aos costumes norte-americanos impóstos a partir da 2ª Guerra”, como ele mesmo disse. Mas sem todas as críticas e a atmosféra densa de Lain, até porque são 2 animes de gêneros e épocas diferentes, Lain é um anime muito abstrato, hermético, muito impalpável e explora a emoção dos personagens de uma forma muito difícil. Já o Kami-sama No Memochou é praticamente o oposto, claro, palpável e aberto. Vendo por outra perspectiva, eu acho que o Kami-sama No Memochou busca mais expor e mostrar os conflitos e problemas da sociedade japonesa atual, sem muita crítica nem tanto estranhamento ou aversão a essas tecnologias como Lain. Outra coisa que me chamou a atenção foi a resignação da Alice e a responsabilidade que ela se dá de carregar o peso do mundo nas cóstas, coisa que me lembrou a Lain, Deusa da Wired e do mundo real, onipotente, onisciente e onipresente (tal qual uma detetive NEET). Agora a coisa que definitivamente é Lain desse anime é a parte das drogas Angel Fix, me lembrou do Accela na hora. E aquela câmera meio desfocada de quando o Fujishima-kun fica dopado é completamente típico do Lain! Um foco bem presente durante o anime inteiro, mas também me lembrou do personagem do Lain que eu não consegui lembrar o nome, que fica andando com um tanto de câmeras e computadores pelas ruas.
Enfim, um anime pesado, trata de temas pesados e sombrios com uma leveza impressionante e muito além disso, trata de amor, de guerra, de morte, de droga, de temas às vezes considerados tão banais mas que para os Japoneses tem um significado maravilhoso!
A cena final só demonstra como que é incrivelmente valoroza a amizade entre a Ayaka e o Fujishima, como que os Japoneses tem uma lealdade e uma fidelidade incrível quando se trata de amizade, coisa rara hoje em dia aqui no Brasil… É claro que no caso deles essa amizade podia ir adiante e virar amor, mas não aconteceu, não em 12 episódios e isso é o mais legal desses animes com esses “finais que não terminam a história” que deixam o espectador imaginando como que seria *O* AHHH!! Tô louco pra ler o livro que inspirou e o mangá desse anime, mas vou ter que esperar um pouco…